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Tragédia em Mina de Ouro na África do Sul: Resgates Continuam após Cerco Policial

  • Foto do escritor: Márcia Oliveira
    Márcia Oliveira
  • 21 de jan.
  • 2 min de leitura


As equipes de resgate sul-africanas continuam seus esforços intensivos para recuperar corpos e verificar se há sobreviventes na mina de ouro ilegal de Stilfontein, onde uma tragédia de proporções alarmantes resultou na morte de pelo menos 78 pessoas. A tragédia ocorreu durante um cerco policial que durou semanas, após uma repressão à mineração ilegal, uma prática crescente na África do Sul.


Desde o início do cerco, em agosto, a polícia bloqueou o acesso à mina, cortando o fornecimento de alimentos e água para forçar os mineiros a saírem à superfície. O objetivo da operação era prender os trabalhadores ilegais, que, em sua maioria, são imigrantes de países vizinhos como Moçambique, Zimbábue e Lesoto. A repressão à mineração ilegal é vista pelo governo sul-africano como uma "guerra contra a economia", mas resultou em uma catástrofe humana, com as autoridades enfrentando críticas duras pela forma brutal como a operação foi conduzida.


As equipes de resgate, utilizando uma gaiola de metal cilíndrica, conseguiram retirar até agora 78 corpos e 246 sobreviventes, muitos dos quais estavam desorientados e em estado crítico. A operação continua com a ajuda de voluntários da comunidade local, que desempenham um papel vital, já que os mineiros ilegais confiam mais neles do que nas autoridades.


O sindicato GIWUSA, representando os trabalhadores da mineração, não poupou críticas ao governo, chamando o incidente de “o pior massacre patrocinado pelo Estado desde o fim do apartheid”. De acordo com o sindicato, as mortes ocorreram devido a uma série de decisões falhas e à repressão brutal, que, segundo eles, contou com a aprovação de altos escalões políticos e governamentais.


O cerco à mina de Stilfontein, localizada a sudoeste de Joanesburgo, gerou um grande debate sobre os direitos dos trabalhadores imigrantes, a crise da mineração ilegal no país e a forma como o governo tem tratado a situação. A repressão, que inicialmente foi justificada como uma operação contra a exploração ilegal de recursos naturais, agora é vista como uma tragédia de consequências devastadoras para milhares de pessoas que dependem da mineração para sobreviver.


A operação de resgate, que já dura dias, segue com grande tensão. Na manhã desta quinta-feira, a gaiola desceu sem novos corpos, mas com uma câmera acoplada, para verificar se havia alguém vivo. A polícia não tem dado explicações claras sobre o motivo de não descer sozinha, mas voluntários locais têm sido fundamentais para a operação, ajudando a garantir que a confiança dos sobreviventes seja mantida.


Enquanto a operação continua, o governo sul-africano enfrenta críticas severas de organizações internacionais de direitos humanos, que exigem uma investigação independente sobre o que muitos consideram um massacre evitável. A mina de Stilfontein agora se tornou um símbolo de uma crise de recursos, imigração e direitos humanos na África do Sul.




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