Quênia reconhece soberania do Marrocos sobre o Saara Ocidental: o que muda com essa decisão histórica
- Márcia Oliveira

- 30 de jun.
- 2 min de leitura

Em um movimento geopolítico significativo, o Quênia reconheceu oficialmente, em 26 de maio de 2025, a soberania do Marrocos sobre o Saara Ocidental, uma das regiões mais disputadas do continente africano. A decisão foi acompanhada da inauguração de uma embaixada queniana em Rabat, capital marroquina, e sinaliza uma reconfiguração nas alianças diplomáticas e econômicas do norte da África.
A informação foi divulgada por meios como a Reuters e citada na Wikipedia em diversos idiomas, além de repercutir na imprensa internacional, como o El País Brasil.
O contexto do Saara Ocidental
O Saara Ocidental é uma região rica em recursos minerais e pesqueiros, localizada ao norte da África, que há décadas é palco de disputas entre o Marrocos e a Frente Polisário, grupo que luta pela independência do território. Desde a retirada da Espanha em 1975, o Marrocos administra grande parte da região, mas muitos países e entidades internacionais ainda não reconhecem plenamente sua soberania.
O reconhecimento queniano soma-se a uma lista crescente de países africanos e árabes que vêm apoiando publicamente a posição de Rabat. Essa decisão, segundo analistas políticos, pode influenciar outros países a se posicionarem diante do impasse diplomático que se arrasta há quase 50 anos.
Comércio em foco: chá, café e produtos frescos
Mais do que um gesto simbólico, a aproximação entre Quênia e Marrocos tem forte motivação econômica. Ambos os países buscam fortalecer suas relações comerciais, especialmente nos setores de chá, café e alimentos frescos — áreas estratégicas para as exportações quenianas.
Ao inaugurar uma embaixada em Rabat, o Quênia não só sinaliza apoio político, mas também abre portas para acordos bilaterais, investimentos mútuos e projetos de desenvolvimento conjunto, especialmente em infraestrutura logística e agroindústria.
Um sinal de novos tempos na diplomacia africana?
Este reconhecimento marca uma mudança relevante na diplomacia africana, onde os países começam a tomar decisões mais pragmáticas, muitas vezes guiadas por interesses econômicos regionais, investimentos e integração continental, como os defendidos pela União Africana.
No entanto, o gesto também gera tensões diplomáticas com países e movimentos que ainda apoiam a independência do Saara Ocidental. Para muitos analistas, o desafio será encontrar um equilíbrio entre soberania nacional, autodeterminação dos povos e alianças estratégicas regionais.
Fontes/Saiba mais:




Comentários