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Fome em Emergência: ONU Alerta para Crise no Médio Oriente e na África

  • Foto do escritor: Márcia Oliveira
    Márcia Oliveira
  • 28 de jul.
  • 2 min de leitura

Um recente inquérito da ONU revelou que a fome atingiu níveis dramáticos no Médio Oriente e na África, impulsionada por crises simultâneas de conflito, inflação alimentar, tensões comerciais e alterações climáticas, conforme o relatório SOFI 2025 – Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo.


O panorama atual: números alarmantes

  • Em 2024, cerca de 307 milhões de africanos enfrentaram insegurança alimentar grave — mais do que o dobro da média global, com aproximadamente 20% da população do continente desnutrida.

  • No Médio Oriente, cerca de 12,7% da população (mais de 39 milhões de pessoas) sofreram com fome crônica.

  • A crise humanitária na Faixa de Gaza tornou-se especialmente catastrófica, com quase meio milhão de pessoas à beira da fome total.


Fatores que alimentam essa crise global

As principais causas são:

  1. Conflitos prolongados — como no Sudão, Sudão do Sul e Gaza, que destroem infraestrutura agrícola e bloqueiam o fluxo de alimentos e ajuda humanitária.

  2. Choques climáticos — eventos extremos ligados ao El Niño e La Niña prejudicam safras em regiões como Sahel, Etiópia e Quênia.

  3. Inflação alimentar e tensões comerciais — impactos da pandemia, dívida soberana e desvalorização das moedas locais fazem os alimentos ficarem fora do alcance para muitas famílias.

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Impactos sociais e população mais vulnerável

  • No Sudão, mais de 25 milhões de pessoas estavam com insegurança alimentar grave em 2024, e cerca de 756 mil enfrentavam fome catastrófica, com centenas de milhares de mortes, especialmente entre crianças menores de cinco anos.

  • Na Faixa de Gaza, ataques aéreos destruíram moinhos, padarias e infraestrutura alimentar, causando desnutrição generalizada e dificultando a entrada de ajuda humanitária.

  • Em África Ocidental e Central, mais de 40 milhões de pessoas enfrentam grave insegurança alimentar, com projeções de crescimento até 52 milhões até meados de 2026. A falta de financiamento ajuda humanitária agrava a situação.


Progresso global, retrocesso regional

Apesar de uma queda global no índice de fome, especialmente na América do Sul e no Sul da Ásia, a situação na África e no Médio Oriente piora. A percentagem global de pessoas sem acesso a uma dieta saudável caiu para 8,2% em 2024, mas os efeitos regionais permanecem devastadores para milhões.


Chamado urgente à ação

A ONU, FAO, UNICEF, PAM e OMS reforçam que as prioridades são:

  • Ampliação de investimentos em produção agrícola local para fortalecer a resiliência

  • Expansão dos sistemas de proteção social e segurança alimentar

  • Reforço urgente da cooperação internacional para assistência humanitária

  • Garantia de acesso irrestrito para ajuda em zonas de conflito

Na recente Cúpula sobre Sistemas Alimentares na Etiópia, o secretário-geral António Guterres afirmou enfaticamente: “A fome não pode ser usada como arma de guerra”.




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