Foco na África: o que a cúpula 2025 G20 Johannesburg Summit representa para o continente
- Márcia Oliveira

- 21 de nov.
- 2 min de leitura

A realização da cúpula do G20 na Joanesburgo (África do Sul) nos dias 22-23 de novembro de 2025 marca um momento histórico para a África. A seguir, os principais aspectos, desafios e oportunidades para o continente.
Por que essa cúpula é relevante para a África
A presidência da África do Sul desta edição do G20 assume um papel simbólico e prático para o continente africano: segundo o site oficial, a presidência sul-africana busca “dar prioridade à África e ao Sul Global”.
É a primeira vez que a cúpula de chefes de Estado e Governo do G20 será realizada no continente africano.
A agenda definida pela África do Sul — com os temas “Solidariedade, Igualdade, Sustentabilidade” — propõe impactar de forma direta economias em desenvolvimento, muitos países africanos incluídos.
Principais oportunidades para o continente
Visibilidade global da África: A escolha da África do Sul como anfitriã aumenta o protagonismo africano em fóruns globais — podendo abrir espaço para que as realidades, desafios e propostas do continente sejam mais ouvidas.
Agenda voltada aos países em desenvolvimento: A presidência sul-africana enfatiza temas como crescimento econômico inclusivo, industrialização, segurança alimentar e inovação — áreas altamente relevantes para muitos países africanos. Por exemplo:
Segurança alimentar: crítica para muitos países africanos que enfrentam vulnerabilidade climática e dependência de importações.
Industrialização & emprego: gerar cadeias de valor locais pode ajudar a reduzir dependência externa.
Inovação e tecnologia para desenvolvimento sustentável: a agenda digital e de IA promete “atalhos” para superar lacunas.
Legado social e africano: A própria cúpula social da G20 na África do Sul trouxe um “African flair”, integrando líderes tradicionais, povos indígenas (como os Khoi-San) e 22 grupos de engajamento — ampliando a participação social no continente além dos fóruns habituais. Isso pode gerar ações de legado que beneficiem comunidades africanas mais amplamente.
Potencial de cooperação Sul-Sul e reformulação institucional: O momento abre espaço para cooperação entre países africanos, Brasil, Índia e outras nações do Sul Global, e para revisitar mecanismos de governança econômica global — algo que afeta diretamente países africanos, por exemplo no tema dívida soberana, acesso a financiamento, etc.
O que a África pode “receber” da cúpula — ou reivindicar
Avanço de acesso a financiamento climático e de desenvolvimento com prioridade para países africanos.
Reformas em mecanismos de dívida e maior flexibilidade para países africanos.
Expansão de cadeias produtivas e industrialização local no continente.
Aceleração em políticas de inovação, IA, digitalização com vistas a inclusão dos jovens africanos.
Compromissos sociais para inclusão de comunidades indígenas, tradicionais e aumentos em educação, saúde, algumas oportunidades de legado.
Em resumo
Para a África – e especificamente para a África do Sul como anfitriã – a cúpula da G20 representa uma janela estratégica de visibilidade, de avanço de agenda para o Sul Global e de potencial real de impacto. Porém, o “sucesso” dependerá de transformações práticas, de que não se limite a simbólico, e de que os países africanos reivindiquem papel de protagonistas, não apenas de coadjuvantes.
FONTES/SAIBA MAIS:




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