Empresas de tecnologia brasileiras colocam propósito ambiental em prática: o caso EPI-USE e Valcann
- Márcia Oliveira

- 26 de nov.
- 2 min de leitura

Recentemente, EPI-USE Brasil e Valcann organizaram uma iniciativa que mistura negócios, tecnologia e impacto socioambiental. Em um programa chamado Safari Tech — parte do projeto “ERP: Elephants, Rhinos and People” — a dupla levou oito clientes para a África do Sul com o objetivo de demonstrar na prática o compromisso com causas ambientais e responsabilidade social.
Tecnologia com propósito: além do lucro
A EPI-USE é uma empresa global de soluções para gestão empresarial (ERP/SAP), com presença em dezenas de países. Recentemente, adquiriu a Valcann, especializada em computação em nuvem — reforçando um movimento de expansão de portfólio.
Por meio do Safari Tech, os clientes da EPI-USE e da Valcann não apenas participam de sessões executivas sobre tendências tecnológicas (como adoção de nuvem e inteligência artificial), mas também têm a oportunidade de engajar-se pessoalmente com um projeto de conservação ambiental: proteção de elefantes e rinocerontes, e apoio às comunidades que vivem próximo às áreas de preservação.
Segundo Roberto Medeiros — country managing director da EPI-USE Brasil — a ideia é clara: “impulsionar o sucesso dos negócios com tecnologia, mas sempre com um olhar voltado para as pessoas e para o planeta.”
O que traz de diferente um modelo assim
Integração entre tecnologia e responsabilidade social: o projeto demonstra que empresas de TI podem — e talvez devam — usar seus recursos e alcance para algo além do lucro, contribuindo para causas maiores.
Experiência vivencial e sensibilização genuína: levar clientes para lugares de conservação permite uma imersão real, que transforma a percepção sobre sustentabilidade e dá significado prático às metas ESG.
Valor simbólico e estratégico para negócios modernos: em um mundo em que stakeholders — clientes, investidores, colaboradores — exigem mais responsabilidade, ações concretas de impacto social e ambiental passam a ser diferencial competitivo.
Limitações e o desafio da continuidade
Projetos como o Safari Tech têm um forte apelo simbólico e potencial de gerar engajamento, mas não devem se limitar a experiências pontuais. A verdadeira mudança requer compromisso contínuo: transparência, resultados visíveis na conservação, apoio real às comunidades locais e incorporação desses valores no core business da empresa.
Além disso, há a ressalva de que nem sempre essas iniciativas são replicáveis em larga escala — e, sem métricas claras de impacto, correm o risco de serem vistas como “marketing verde” (greenwashing).
Por que esse tipo de iniciativa importa globalmente
O exemplo de EPI-USE e Valcann ajuda a expandir o conceito do que tecnologia corporativa pode ser: não apenas eficiência, lucro ou inovação, mas também canal de propósito e transformação social.
Para empresas brasileiras e de outros países, o movimento sinaliza que há espaço — e demanda — por negócios que equilibrem performance com responsabilidade. Isso pode inspirar outras organizações a repensarem seus modelos, priorizando sustentabilidade, ética e compromisso com o planeta.




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