COP30: Líderes Africanos se Unem em Apelo Contra “Falsas Soluções” para a Crise Climática.
- Márcia Oliveira
- 1 de jul.
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A poucos meses da COP30, que será realizada em Belém (PA), no Brasil, bispos e líderes religiosos da África, América Latina e Ásia lançaram um apelo conjunto ao mundo: é preciso enfrentar a crise climática com coragem, justiça e verdade, e não com “falsas soluções” que aprofundam desigualdades e colocam comunidades vulneráveis em risco.
O documento, divulgado no Vaticano, pede atenção especial às vozes dos povos mais impactados pelas mudanças climáticas — entre eles, milhões de africanos que já enfrentam os efeitos extremos da seca, da desertificação e da escassez de água e alimentos.
“A Terra está em agonia, e os pobres pagam o preço mais alto”
No texto, os bispos denunciam propostas superficiais que priorizam lucros e mantêm o atual modelo de exploração ambiental, em vez de promover uma transição justa.Eles alertam que países do hemisfério sul, especialmente na África, continuam sendo os mais afetados pelas decisões que não tomaram, e que precisam ser ouvidos nos espaços internacionais de decisão.
“A Terra está em agonia. A resposta não pode vir da mesma lógica que causou a destruição”, diz o documento. Os líderes pedem que a COP30 dê lugar ao protagonismo dos povos originários, das comunidades tradicionais e dos países historicamente marginalizados, como os africanos.
Com base em dados recentes, estima-se que milhões de pessoas na África subsaariana enfrentam insegurança alimentar extrema causada por alterações climáticas — mesmo sendo responsáveis por apenas uma fração das emissões globais de carbono.
Os bispos africanos destacam que o continente não precisa de caridade, mas de justiça climática: políticas que levem em conta a responsabilidade histórica dos países mais ricos e o direito das nações africanas a se desenvolverem de forma sustentável e soberana.
Um apelo espiritual e político
Mais do que uma posição técnica, o apelo é um chamado ético e espiritual, no qual os líderes religiosos lembram que “a criação é dom de Deus” e deve ser cuidada com responsabilidade e reverência.
Eles concluem o texto pedindo ações urgentes, coerentes e centradas na vida, na dignidade humana e na preservação do planeta — valores que unem diferentes tradições de fé e culturas ao redor do mundo.
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