Brasil e África do Sul Firmam Nova Parceria no Agro: Sementes de Canola Como Ponto de Conexão Continental
- Márcia Oliveira

- 23 de jul.
- 2 min de leitura

A África do Sul e a Canola: Um Mercado em Crescimento
A África do Sul, apesar de sua já consolidada produção de grãos como milho, trigo e soja, tem aumentado significativamente a demanda por culturas de oleaginosas, em especial para abastecer os setores de alimentação, bioenergia e rações animais. A canola — pouco cultivada localmente — surge como alternativa viável diante de questões como a escassez hídrica, a busca por rotatividade de culturas e a alta eficiência na extração de óleo.
Com o avanço da indústria de biodiesel no país e o crescimento do consumo interno, a demanda por sementes de qualidade é crescente, e o Brasil aparece como parceiro estratégico para preencher essa lacuna com tecnologia genética tropicalizada e adaptada à produção comercial em grande escala.
Segundo dados do próprio governo sul-africano, o país ainda importa boa parte das sementes de oleaginosas que utiliza, e está em busca de novos fornecedores confiáveis que garantam regularidade, segurança fitossanitária e custo competitivo.
Cooperação Sul-Sul: Não é Apenas Comércio, é Alinhamento Estratégico
A abertura do mercado para sementes de canola marca mais que uma transação comercial — é parte de uma estratégia de aproximação política, técnica e econômica entre Brasil e África do Sul. Ambas as nações compartilham desafios semelhantes, como:
Desenvolvimento agrícola sob climas tropicais e subtropicais;
Ampliação da segurança alimentar;
Crescimento sustentável com foco em bioenergia;
Inclusão de pequenos produtores e cooperativas no comércio exterior.
O acordo potencializa oportunidades de cooperação técnica, incluindo intercâmbio de experiências em cultivo, desenvolvimento genético e capacitação de agricultores africanos para ampliar a produtividade local da canola.
Oportunidade de Transformação Agrícola na África do Sul
Além de reforçar o vínculo entre os dois países, a entrada das sementes brasileiras pode representar uma virada agrícola importante para a África do Sul:
Expansão de novas áreas produtivas com cultura de alto valor agregado;
Desenvolvimento de cadeias locais de esmagamento de grãos para produção de óleo vegetal e farelo;
Estímulo à geração de empregos e fortalecimento de cooperativas agrícolas;
Redução da dependência de importação de produtos industrializados, como óleos refinados.
A capacidade industrial sul-africana, combinada com o interesse por tecnologia agrícola brasileira, pode criar um novo polo de produção de canola na África Austral, com impacto em toda a região do SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).





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