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Descoberta revoluciona a história da nossa origem: quem deixou a África há 2 milhões de anos?

  • Foto do escritor: Márcia Oliveira
    Márcia Oliveira
  • 30 de jun.
  • 2 min de leitura

www.jornalcidade.net / Crédito: Giancarlo Scardia
www.jornalcidade.net / Crédito: Giancarlo Scardia

Pesquisadores apresentaram uma descoberta surpreendente no vale do rio Zarqa, na Jordânia: ferramentas de pedra lascada com idade estimada entre 1,9 milhões e 2,5 milhões de anos, produzidas com técnica claramente intencional.

Até agora, a teoria predominante afirmava que o primeiro hominídeo a deixar a África foi o Homo erectus, entre 2 milhões e 1,8 milhão de anos atrás. No entanto, essas ferramentas datadas entre 2,5 e 1,9 milhões de anos questionam esse modelo.


Quem pode ter criado essas ferramentas?

Segundo o arqueólogo Fábio Parenti (UFPR), "há evidências muito claras de lascamento intencional" nas pedras encontradas. E para o pesquisador Walter Neves (USP), o único hominídeo africano existente nesse intervalo cronológico era o Homo habilis — portanto, "o principal e único suspeito" da autoria dessas ferramentas.

Se confirmado, isso significa que o Homo habilis, também chamado de “homem habilidoso”, poderia ter migrado para fora da África cerca de meio milhão de anos antes do Homo erectus, levando consigo a habilidade de produzir ferramentas de pedra básicas.

Implicações dessa descoberta

  1. Reescreve a linha do tempo da dispersão humana: o Homo habilis pode ter sido o primeiro hominídeo a migrar — não o Homo erectus, como se pensava.

  2. Sugere capacidade técnica e mobilidade significativamente mais antigas do que se imaginava.

  3. Amplia o entendimento sobre rotas e adaptações migratórias dos primeiros hominídeos, mostrando que o Levante (Jordânia/Oriente Médio) foi uma rota precoce de expansão.


Contexto arqueológico geral

Ferramentas desse tipo fazem parte da chamada cultura Olduvaiense, marcada por artefatos simples, como seixos lascados e lascas retocadas. Essas indústrias são típicas da África Oriental e datam entre 2,6 e 1,7 milhões de anos.

Encontrar esse tipo de tecnologia no Levante com mais de 2 milhões de anos é uma evidência empírica de dispersão precoce do gênero Homo além da África.


Conclusão

Essa descoberta no vale do Zarqa questiona a narrativa clássica da evolução humana e sugere que o Homo habilis, até então mais associado à África, teve capacidade técnica e mobilidade para migrar para fora do continente muito antes do previsto. Isso leva a uma reavaliação do que consideramos o “berço da humanidade” e amplia o escopo das pesquisas sobre as rotas migratórias iniciais.




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