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A Década da Educação na África: Oportunidade ou Ilusão?

  • Foto do escritor: Márcia Oliveira
    Márcia Oliveira
  • há 6 dias
  • 2 min de leitura


Um chamado urgente para transformar promessas em realidade


Em 2024, a União Africana declarou o início da chamada "Década da Educação", com o objetivo de priorizar políticas públicas, financiamento e inovação no setor educacional em todo o continente. A iniciativa trouxe esperança a milhões de jovens africanos — afinal, a educação é a base do desenvolvimento social, econômico e cultural de qualquer nação.

No entanto, como alerta a reportagem do portal AllAfrica, essa década corre o risco de se tornar uma grande ilusão. Em vez de progresso real, o que temos visto é uma combinação de promessas não cumpridas, cortes orçamentários, infraestrutura precária e uma dependência perigosa de parcerias externas.


A educação como promessa — e como dívida

Os líderes africanos têm repetido discursos empolgantes sobre a educação como motor de transformação. Mas, como afirma a matéria, "não basta construir escolas se não há professores qualificados, materiais didáticos e alimentação escolar adequada".

A realidade em muitos países do continente é marcada por:

  • Escolas superlotadas ou inacabadas

  • Ausência de água potável e banheiros funcionais

  • Falta de conectividade digital

  • Salários baixos e desvalorização dos professores

  • Desigualdade de acesso para meninas, crianças com deficiência e minorias

Esse cenário evidencia que o direito à educação, embora garantido em tratados internacionais e constituições nacionais, ainda não se materializa para milhões de crianças africanas.


Parcerias ou dependência?

O artigo da AllAfrica também faz um alerta sobre a excessiva dependência de organizações internacionais e do setor privado. Embora parcerias com empresas de tecnologia e ONGs possam contribuir positivamente, o risco está na terceirização total da responsabilidade governamental — o que pode fragilizar a soberania educacional dos países africanos.

É necessário que os governos locais assumam o protagonismo e garantam investimentos estruturantes e duradouros, com foco na equidade e na qualidade do ensino.


Educação para meninas: uma urgência humanitária

Outro ponto crucial mencionado é a disparidade de gênero. Meninas ainda enfrentam grandes barreiras para frequentar a escola, seja por casamentos precoces, violência sexual, pobreza menstrual ou expectativas culturais que priorizam os meninos.

Para que a Década da Educação tenha sentido, é fundamental colocar as meninas no centro da política educacional, assegurando permanência e oportunidades de aprendizado real.


Ouvir estudantes, professores e comunidades

A solução não virá de cima para baixo. A reportagem destaca que é preciso escutar quem está na linha de frente: estudantes, educadores e famílias. O envolvimento da comunidade é essencial para criar políticas mais eficazes e conectadas com a realidade.


O futuro ainda pode ser reescrito

Ainda há tempo para transformar a Década da Educação em um marco positivo — mas isso exige compromisso, escuta ativa, financiamento público justo e vontade política real. Como conclui o texto da AllAfrica, "a educação não pode ser apenas uma promessa de campanha. Ela precisa ser uma prioridade constante."



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