UNESCO lança três novos volumes da obra História Geral da África
- Márcia Oliveira

- 21 de nov.
- 2 min de leitura
A UNESCO anunciou, em 23 de outubro de 2025, o lançamento de três novos volumes da prestigiosa coleção História Geral da África. Essa atualização marca uma nova fase da iniciativa histórica que começou em 1964, com o objetivo de contar a história afrorrique desde a perspectiva africana.
Contexto e importância
A obra original envolveu mais de 550 especialistas africanos e internacionais e produziu oito volumes cobrindo desde as civilizações antigas até o mundo contemporâneo.
Os três novos volumes, lançados em 2025, foram concebidos no seguimento de uma proposta da União Africana datada de 2009 para dar continuidade à coleção, refletindo temas como as diásporas africanas e os desafios contemporâneos do continente.
A iniciativa faz parte da prioridade da UNESCO para a África (“Priority Africa”) e se alinha à Década Internacional dos Afrodescendentes (2015-2024).
O que esses volumes trazem de novo
Cobrem a história moderna da África, partindo desde o tráfico de escravos até o Renascimento do Harlem, e exploram como as ideias e a criatividade africanas moldam o mundo hoje.
Incluem mapas ilustrados, gráficos explicativos e fotografias que ajudam a abandonar versões coloniais ou distorcidas da história africana, oferecendo uma abordagem pluralista, interdisciplinar e de base africana.
Impacto no ensino e na cultura
A UNESCO está empenhada em garantir que esta obra seja introduzida nas salas de aula, especialmente no próprio continente africano, que abriga a maior população jovem do mundo.
Para isso, foram criados guias para professores, materiais de aprendizagem atualizados e até um videogame gratuito chamado “African Heroes”, onde figuras africanas icônicas ganham vida para fins educacionais.
No Brasil, por exemplo, o programa “Brasil-África: Histórias Cruzadas”, iniciado em 2003, usou a coleção original traduzida para promover o ensino da história africana e afro-brasileira nas escolas.
Por que isso importa?
Por décadas, a história da África foi muitas vezes apresentada de forma fragmentada ou através de lentes externas. Esta coleção procura estabelecer uma narrativa da África para o mundo, valorizando a agência africana e seus legados.
Em tempos de debates sobre identidade, herança cultural e descolonização do conhecimento, esse lançamento reforça que o continente africano está no centro de sua própria história — não apenas como espectador.
Para países africanos e para diásporas africanas, trata-se de reforçar autoestima, reconhecimento e acesso a formas de conhecimento que promovem uma visão mais justa e completa do passado e presente.
Conclusão
A publicação dos três novos volumes da História Geral da África marca um passo simbólico e concreto na reconfiguração da historiografia africana e global. Ao levar ao grande público, às escolas e aos currículos escolares uma narrativa mais rica, diversificada e centrada na África, a UNESCO contribui para que gerações futuras compreendam não apenas o que o continente foi, mas o que ele é e poderá se tornar.
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