A Fome Global Cai, Mas Aumenta na África: Um Alerta da ONU sobre Segurança Alimentar
- Márcia Oliveira

- 1 de ago.
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Apesar das boas notícias em algumas regiões do mundo, a situação continua grave em partes do continente africano. De acordo com o relatório “O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2025” (SOFI 2025) das Nações Unidas, a fome global apresentou leve queda em 2024, mas cresceu significativamente em várias regiões da África e da Ásia Ocidental.
Uma Paralisação Regional
Globalmente, 8,2% da população mundial (aproximadamente 673 milhões de pessoas) enfrentou fome em 2024, uma redução de 15 milhões em relação a 2023 e de 22 milhões em relação ao ano anterior.
No entanto, na África, a situação segue na contramão. A porcentagem de pessoas em situação de fome ultrapassou 20%, totalizando cerca de 307 milhões de indivíduos em desnutrição crônica.
Projeções indicam que até 2030, mais de 512 milhões de pessoas poderão enfrentar subnutrição crônica, sendo quase 60% desse total na África.
Por que a África está retrocedendo?
Os principais fatores que vêm alimentando essa crise alimentar incluem:
Conflitos violentos, como os enfrentados no Sudão e na região leste da República Democrática do Congo, que interrompem cadeias alimentares e deslocam populações.
Crises climáticas, levaram a secas severas e colheitas perdidas, especialmente em países vulneráveis ao impacto ambiental.
Inflação disparada nos preços dos alimentos, excessivamente alta em alguns países africanos, e os altos níveis de endividamento, que limitam os investimentos em agricultura e assistência pública.
Um Contraste Global
Enquanto África enfrenta retrocesso, outras regiões registraram avanços significativos:
No sul da Ásia, a taxa de subalimentação caiu de 7,9% em 2022 para 6,7% em 2024, alcançando cerca de 323 milhões de pessoas.
Na América Latina e Caribe, a prevalência caiu para 5,1% (34 milhões de pessoas), contra 6,1% em 2020.
A Voz da ONU
Álvaro Lario, presidente do FIDA, alertou que a fome crescente em África é impulsionada por “conflitos, tensões econômicas e choque climático”, evidenciando que o continente enfrenta os impactos combinados de crises interligadas.
Caminhos para Mudança
Para reverter essa tendência e avançar em direção ao Objetivo 2 da Agenda 2030 (Fome Zero), são necessários:
Fortalecer o financiamento público, direcionando recursos para agricultura familiar, segurança alimentar e redes de proteção.
Políticas públicas robustas de emergência, apoio a pequenos agricultores e incentivo à produção local.
Foco em adaptação climática e infraestrutura, especialmente em áreas vulneráveis.
Ações em prol da paz e estabilidade, para evitar que conflitos se transformem em crises humanitárias prolongadas.
Criação de sistemas alimentares inclusivos, que considerem gênero, diversidade e grupos minoritários.




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