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Milhões à beira da fome: o alerta da ONU para 16 países da África e Ásia

  • Foto do escritor: Márcia Oliveira
    Márcia Oliveira
  • 12 de nov.
  • 3 min de leitura

Em meio a um cenário global marcado por crises sobrepostas — conflitos armados, colapsos econômicos, eventos climáticos extremos e a dramática falta de financiamento humanitário — a ONU lança um novo alerta: milhões de pessoas correm o risco iminente de enfrentar a fome em 16 países da África e da Ásia.

O relatório conjunto da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e do PMA (Programa Mundial de Alimentos) revela que a insegurança alimentar aguda está se agravando em níveis alarmantes.A situação, segundo os organismos, “já era desastrosa” e está sendo “exacerbada por choques econômicos e pela insuficiência crítica de fundos” — uma combinação que pode transformar o risco em catástrofe humanitária.


A África no epicentro da crise

Grande parte das nações mais afetadas está no continente africano, onde os efeitos das guerras, das secas e da inflação global se somam à dependência de importações agrícolas. Países como Sudão, Somália, Sudão do Sul, Etiópia, República Democrática do Congo e Nigéria aparecem entre os mais vulneráveis.

No Sudão, por exemplo, o conflito civil iniciado em 2023 destruiu plantações e bloqueou rotas de abastecimento. Caminhões do Programa Mundial de Alimentos (PMA), como o registrado em novembro de 2024, mal conseguem acessar as zonas de maior necessidade. Na Somália, após anos de seca e pragas agrícolas, a chegada de chuvas intensas e inundações apenas deslocou o problema, levando milhares de famílias a acampamentos improvisados sem acesso a comida, água potável ou saneamento.

A FAO alerta que as mudanças climáticas estão tornando esses extremos meteorológicos mais frequentes e intensos, dificultando a recuperação agrícola. O resultado é um ciclo perverso: sem colheitas, não há comida; sem comida, não há força de trabalho; e sem força de trabalho, não há reconstrução.


O impacto da falta de financiamento

O Programa Mundial de Alimentos enfrenta cortes sem precedentes no orçamento. A insuficiência de doações internacionais levou a reduções drásticas na distribuição de alimentos — mesmo em áreas onde a fome já se consolidou.Segundo o relatório, milhões de pessoas recebem hoje menos da metade das rações necessárias para sobreviver.

Essa falta de recursos não decorre de ausência de consciência global, mas de uma crise de prioridades internacionais: conflitos de grande visibilidade, como o da Ucrânia, acabam atraindo a maioria dos fundos, deixando nações africanas em segundo plano.O resultado é cruel — vidas humanas sendo pesadas em planilhas de orçamento.


O que pode ser feito

As agências da ONU pedem ação urgente e coordenada:

  • Reforçar o financiamento internacional, especialmente de países desenvolvidos e blocos econômicos.

  • Proteger as cadeias locais de produção alimentar, apoiando agricultores com sementes, irrigação e logística.

  • Restabelecer rotas seguras de distribuição de ajuda, mesmo em zonas de conflito.

  • Promover políticas de adaptação climática, reduzindo os impactos das secas e enchentes sobre a agricultura familiar.

Mais do que nunca, a fome precisa ser tratada como uma emergência global, não como uma tragédia distante.


❤️ Um apelo à empatia

Por trás dos relatórios e estatísticas, há rostos, famílias e histórias.Crianças que vão dormir sem comer há dias, mães que percorrem quilômetros em busca de água, idosos que assistem suas plantações virarem poeira.

Essas pessoas não precisam de piedade — precisam de ação, justiça e visibilidade.Como lembrou o diretor do PMA em um recente pronunciamento, “a fome não espera, e quem tem o poder de agir não pode se dar ao luxo de adiar”.onder


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