Dia Internacional de Conscientização do Albinismo: um alerta urgente para salvar vidas
- Márcia Oliveira

- 13 de jun.
- 3 min de leitura

No dia 13 de junho, o mundo volta os olhos para uma luta que ainda é invisibilizada em muitos países: os direitos e a proteção das pessoas com albinismo. A data, criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), tem como objetivo conscientizar, combater estigmas e promover ações concretas para proteger essas vidas — especialmente na África Subsaariana, onde os riscos são extremos.
O perigo que vem do sol: o câncer de pele
Pessoas com albinismo têm ausência total ou parcial de melanina, o pigmento responsável por proteger a pele dos raios solares. Por isso, são extremamente vulneráveis ao câncer de pele, que é a principal causa de morte entre essa população na região da África Austral, segundo dados da ONU.
O mais alarmante é que essas mortes são evitáveis. O uso de protetor solar, chapéus, roupas apropriadas e exames médicos regulares pode salvar vidas — mas esses recursos ainda não são acessíveis para grande parte da população com albinismo nos países africanos.
Muito além da saúde: preconceito, abandono e violência
O albinismo também está cercado por crenças erradas e mitos perigosos. Em algumas regiões, acredita-se que pessoas com albinismo têm “poderes mágicos”, o que leva a ataques, mutilações e até assassinatos. Mulheres que dão à luz filhos com albinismo são, muitas vezes, repudiadas, culpabilizadas e isoladas socialmente.
Estima-se que na Tanzânia, por exemplo, existam até 1 em cada 1.400 pessoas com albinismo, e casos extremos de infanticídio ainda são relatados em comunidades onde a ignorância e o estigma persistem.
O que é o albinismo?
O albinismo é uma condição genética rara, não contagiosa e presente desde o nascimento, que afeta homens e mulheres de todas as etnias. Resulta na falta de pigmentação nos cabelos, pele e olhos, e geralmente causa deficiência visual.Embora existam vários tipos, quase todos exigem que ambos os pais sejam portadores do gene.
Na Europa e na América do Norte, estima-se que o albinismo afete 1 a cada 17 mil a 20 mil pessoas. Já na África Subsaariana, os índices são muito maiores — chegando a 1 em 1.000 em determinadas populações.
O que tem sido feito?
A ONU marca, em 2025, 10 anos do mandato internacional dedicado aos direitos humanos das pessoas com albinismo. Apesar de avanços, como planos nacionais em vários países africanos, a implementação ainda é insuficiente.
Estudos mostram que ações práticas — como distribuição gratuita de protetor solar e campanhas educativas — melhoram significativamente a qualidade de vida e a expectativa de vida das pessoas com albinismo.
O que ainda precisa mudar?
Reconhecimento do protetor solar como medicamento essencial e gratuito.
Acesso a exames dermatológicos preventivos em áreas vulneráveis.
Campanhas nacionais de educação para reduzir estigmas e preconceitos.
Legislação contra crimes de ódio e proteção específica nos sistemas de justiça.
Inclusão de pessoas com albinismo nas políticas públicas de saúde e educação.
Conclusão
O Dia Internacional de Conscientização do Albinismo não é apenas uma data simbólica — é um grito por dignidade, proteção e igualdade.É lembrar que Candy, uma menina de 7 anos do Quênia com albinismo, precisa de muito mais que esperança: ela precisa de acesso, respeito e segurança.
SAIBA MAIS/FONTES: https://news.un.org/pt/story/2025/06/1849441




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